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Como escolher produtos acústicos

Como escolher produtos acústicos?

Como escolher produtos acústicos

A escolha de um produto acústico deve sempre levar em conta diversos fatores, tais como: o desempenho acústico, o preço, a facilidade de instalação e suas características estéticas.

Via de regra, para fins de isolamento sonoro, é fundamental avaliar os índices de redução sonora, sua densidade e rigidez. Já para fins de condicionamento acústico, características como as curvas de absorção sonora e as propriedades mecânicas do produto devem ser observadas com atenção.

Por último, se a finalidade é de isolamento vibracional, a frequência crítica, a rigidez dinâmica e a viscosidade, por exemplos, são atributos importantes.

“Há uma série de outros aspectos a serem considerados, como: flamabilidade, aparência, durabilidade, resistência mecânica, resistência química, relação entre o custo e o benefício, disponibilidade no mercado e condições de manutenção, por exemplo”, ressalta o engenheiro Marcelo de Godoy, sócio-diretor da Modal Acústica.

 

Principais critérios de análise

 

1 – Índice NRC do produto

Esse índice resume as propriedades de absorção sonora de um material. Quanto mais próximo de zero, como em uma laje de concreto exposta, por exemplo, mais reflexivo o material será. Quanto mais próximo de um, como no caso dos forros ou de revestimentos acústicos de altíssimo desempenho, mais absorvente será o produto.

“O NRC é um índice que representa a média de absorção sonora em quatro frequências: 250 Hz, 500 Hz, 1000 Hz e 2000 Hz. Esse coeficiente é utilizado para classificar a capacidade de um forro, painel de parede ou qualquer outra estrutura de absorver o som”, explica Rafael Furtado, Diretor Comercial da FlexAcustic.

 

2 – Comportamento ao fogo

É imprescindível avaliar e seguir estritamente as exigências de flamabilidade de cada material de acordo com seu uso. Ao escolher o produto acústico, deve-se checar se os fabricantes apresentam resultados de ensaios em laboratório de aspectos como reação ao fogo, propagação superficial de chamas e densidade ótica de fumaça.

Vale lembrar que os produtos para absorção acústica geralmente são mais especificados em ambientes onde existe concentração de público. “Em auditórios, teatros, ginásios e estádios, é comum aplicar produtos em forma de forros ou revestimentos”, observa Rafael.

A norma que atesta o uso destes produtos para revestimento ou forro é a NBR 9442 (Materiais de construção – determinação do índice de propagação superficial de chama pelo método do painel radiante).

Outras importantes referências neste quesito são as instruções técnicas do corpo de bombeiros de cada estado, como a Instrução Técnica N° 10, corpo de bombeiros do estado de São Paulo, que aborda o controle de materiais de acabamento e revestimento.

 

3 – Facilidade de instalação

A capacidade de reduzir o tempo de obra ou eliminar a necessidade de mão de obra especializada são aspectos determinantes na hora de fechar a compra.

Alguns produtos primam pela simplicidade na instalação, como por exemplo os revestimentos acústicos colados, os painéis acústicos pendurados (como os quadros) e as nuvens acústicas suspensas por tirantes.

Outro ponto importante é a boa compatibilidade com outros sistemas, como os isoladores de vibração, que se encaixam em perfis do sistema drywall ou, ainda, as bases de inércia, quando compatíveis com as dimensões padronizadas de bombas, por exemplo.

 

4 – Mão de obra

O sucesso de muitas soluções acústicas depende de uma mão de obra especializada e corretamente treinada para executar as instalações.

Sobretudo às relacionadas ao isolamento acústico e vibracional, já que nestas soluções alguns detalhes de instalação podem afetar drasticamente o desempenho do produto”, afirma Godoy.

Luciano Nabinger, projetista acústico da Nabinger Acoustics, lembra que profissionais não qualificados acabam desperdiçando mais material, além de perderem prazos. “Geralmente, o serviço realizado por eles apresenta um resultado estético claramente inferior ao de uma equipe profissional”, completa.

Por isso, é fundamental checar se o produto escolhido exigirá instaladores capacitados. Para alguns sistemas, como os de paredes de drywall de alto desempenho, de forros isolantes, de contrapiso flutuante e de isolamento vibracional de equipamentos e instalações, por exemplo, as empresas fornecedoras normalmente contam com um quadro de profissionais experientes para executar os serviços.

 

5 – Áreas a serem aplicados e apelo estético

Depende da necessidade, mas em geral, as paredes podem exigir aspectos de isolamento acústico e de absorção sonora. Isso também vale para os tetos, nos quais o forro pode ter a função de isolar ou de absorver o som – ou ambas combinadas.

A aplicação de revestimentos ou elementos absorventes acústicos no teto também é comum para o controle de reflexões e da reverberação. Nos pisos, é importante avaliar a absorção de impactos (uso de pisos e mantas) e a absorção sonora do ambiente (com o uso de carpetes).

Segundo Rafael, a estética também é um critério importante a considerar. “Com a variedade de opções de produtos disponíveis, é crucial escolher um que esteja em harmonia com o projeto arquitetônico, evitando que se destaque de forma negativa em relação aos demais elementos”, observa ele.

 

6 – Laudos Técnicos

De maneira geral, os relatórios de ensaio em laboratório buscam caracterizar detalhadamente o comportamento acústico relevante dos produtos, de acordo com o uso pretendido.

Esses documentos são fundamentais para a correta especificação de materiais, permitindo o desenvolvimento de soluções adequadas à cada necessidade.

Os principais ensaios de laboratório são os de isolamento sonoro, isolamento a ruído de impacto em piso, absorção sonora, rigidez dinâmica e de potência sonora.

 

Para cada necessidade, um produto

Avaliados esses quesitos, o especificador deve ter em mente se, de fato, o produto vai satisfazer a necessidade acústica do projeto. Também é preciso estar atento à capacidade de absorção que o produto oferece e à quantidade de material a ser aplicado no espaço.

“Atualmente, há uma tendência de destacar ambientes onde a laje e o espaço entre o teto e o forro ficam visíveis. Para essas situações, o mercado oferece produtos como nuvens e baffles, que são elementos suspensos do teto e das paredes, proporcionando uma arquitetura muito mais cativante para quem observa de cima”, relata Rafael.

O diretor da FlexAcustic também observa que, nestes casos, é fundamental checar a quantidade de produto empregado e onde eles irão ficar dispostos dentro do ambiente para que a solução traga resultados satisfatórios.

“É comum a instalação de produtos que não correspondem às necessidades da situação, geralmente por desconhecimento das suas características”, complementa Godoy. O engenheiro lembra que esse erro ocorre, na maioria das vezes, quando a etapa de desenvolvimento da solução é eliminada.

“A correta especificação de um produto passa sempre pela análise da situação e o desenvolvimento da solução mais adequada. Outro ponto importante é evitar a armadilha de especificar somente pelo menor preço, muitas vezes, o barato sai caro”, alerta.



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